22.5.24

 

azul ei-jos de revista



foi no comboio


era estival, primaveril


vi numa revista de moda


havia uma foto, de uma jovem


numa casa campestre


os azulejos provocaram-me tuzão


os padrões e cores


a beleza jovial dela


imaginei primaveras, não, verões


almoços familiares com toalha de mesa aos quadros vermelhos e brancos


o vestido dela, tudo apontava para o desabrochar


de cores, de sensações, paixões


a intensidade

 

os padrões dos azulejos


era sexo, tudo tem a ver com sexo


com os azulejos


com o vestido


com a rapariga


com as brisas de noites quentes de verão


com a rapariga do vestido dos azulejos do comboio da revista da primavera do verão da paixão



Alturas em que tudo vibrava


não precisavas de café


Intensidade


Natural


Jovial


frescura



a vida


não dura


para sempre



e nisto, o medo, sempre o medo


a vida sempre a fugir por entre os dedos


a alta velocidade 



sem voltar


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